CONTINUAÇÃO IMEDIATA.
CENA 01: CASA DOS MARIZ/ INTERIOR/ SALA/ NOITE.
A sala é grande. A decoração é variada, os tons das paredes são variados. E, logo na entrada, o quadro contendo a foto de Victor foi completamente destruído e retirado do local. Agora resta apenas uma parede vaga. E é assim que todos ali presentes se sentem diante de todas as situações recentes.
Em um dos sofás, estão Cassie, Jenna e Marta. Em uma das poltronas, Morty se acomoda, enquanto Zac está sentado no braço do móvel. Josie está de pé, assim como Loreta, que está com os braços cruzados, totalmente atônita. Após alguns segundos, ela encara os irmãos dos seus filhos.
LORETA — Meninos… Eu… eu sei que nada do que eu disser vai apagar o que acabou de acontecer. Nada do que eu falar vai fazer vocês deixarem de sentir o horror que passaram. Mas eu quero que saibam que eu vou estar aqui pro que precisarem. – Loreta se emociona. – Deus, vocês são apenas crianças aprendendo a viver!
Cassie e Jenna prestam total atenção, enquanto Morty está destruído. Ele treme seu queixo, quase chorando novamente. Za
LORETA — Eu nunca fui amiga da Sarah… e vocês sabem que o destino não nos permitiu. Mas em hipótese alguma cheguei a odiá-la. Ela não tinha culpa! (T) E aos meus filhos, preciso que saibam que eu jamais desejei que essas desgraças estivessem acontecendo. O pai de vocês… ele nunca foi santo.
Josie encara Loreta, totalmente apática e abalada.
LORETA — Se hoje estamos nesta situação, de alguma forma foi ele quem nos colocou. (T) Ele… ele acabou com a minha vida. Ele destruiu os meus sonhos. E… e pior ainda: pra nada! Pra no fim da vida, quando nada mais importa, ainda trazer mais desgraças para nós!
JOSIE — Eu… eu não quero mais ouvir isso! Eu não quero mais saber dessa merda. (T) Eu não sei mais o que pensar ou o que fazer!
ZAC — (Direto) Você pode começar pedindo desculpas para nossa mãe. Olha só o que ela passou esse tempo todo, e repare bem na forma que você a tratou. Se ao menos, Josie… se ao menos o Victor tivesse sido um bom pai, eu entenderia sua revolta. Mas tudo que ele fez foi nos abandonar todos os dias!
JOSIE — Você não tem o direito de apontar o dedo pra ele a essa altura do campeonato, porque no fim das contas, Zac… você sempre foi o menino de ouro dele! Enquanto eu e a Marta sempre estivemos em escanteio. E ainda assim eu sou grata por tudo!
MARTA — Grata pelo quê, exatamente? Por todo abandono diante do trabalho? Ou será que você é grata por ter passado a vida inteira esperando um reconhecimento que nunca veio?
Loreta segue observando a discussão, quase entrando em desespero. Enquanto Cassie, Jenna e Morty seguem abalados.
ZAC — Se liga, Josie! De você… ou melhor, de todos nós, a única coisa que o papai esperava era o status de possuir filhos prodígios.
Josie faz menção de falar algo, mas um grito ecoa por toda a casa.
LORETA — CHEGA!
Todos param de discutir e voltam sua atenção para ela. Loreta está completamente abalada.
LORETA — Não precisamos passar por isso! O problema já foi. Já passou! Está enterrado à sete palmos abaixo de nós. Ele foi pro túmulo e ele vai levar todas as responsabilidades e toda essa merda com ele. Chega!
MORTY — Eu estou com medo! Sinto que a qualquer momento algo de ruim vai acontecer de novo.
LORETA — Calma, Morty. Não vai acontecer outra desgraça. Iremos ficar todos juntos até que tudo seja resolvido. (T) Estamos em segurança, tem policial lá fora… (T) Eu vou tomar um banho. Qualquer coisa me gritem!
Loreta sai da sala, em passos lentos.
ZAC — Tem algo que não bate… (T) Por que nós? O que algum de nós fez para alguém agir dessa forma violenta?
MARTA — Não é o que nós fizemos, maninho. É o que nós temos! Uma enorme fortuna repartida entre algumas cabeças. E quanto menos cabeças dessas restarem, maior o prêmio final.
JOSIE — A Marta está certa! Eu tenho certeza absoluta que o assassino ou o mandante, está aqui nesta sala. Ou no chuveiro…
MARTA — Vamos supor que isso seja verdade! Em quem você apostaria, Josie?
JOSIE — Mas é claro que em um dos três bastardos inglórios. É a trama perfeita! Acaba com todos e resta tudo pra uma pessoa só… ou duas. Talvez três!
CASSIE — Você ficou maluca, sua vagabunda? Por que mataríamos a nossa própria mãe?
JOSIE — Porque vocês foram os únicos verdadeiramente negligenciados aqui nesta sala. Vocês possuem o motivo perfeito!
JENNA — E como você tem tanta certeza assim? Eu poderia ter a mesma certeza sobre você… Aquele seu showzinho sobre não ser a filha de ouro não me comoveu, sua piranha!
MARTA — Ih, a vadia da Jenna tem razão, hein, irmãzinha? Você é tão fria, tão calculista… acharia um bom plot twist você ser a assassina.
CASSIE — Eu tiraria meu chapéu pra ela! Mas como sabemos que ela jamais teria esse cacife, eu apostaria no Zac-
ZAC — (Interrompe, surpreso) Em mim? Por que? Qual motivo eu teria?
CASSIE — Você sabe muito bem qual motivo teria!
ZAC — Sua piranha…
MORTY — Vamos parar? Acho bom todos aqui ficarem unidos porque agora somos irmãos. Não que antes não fôssemos, mas enfim! Ainda precisamos pegar algumas coisas básicas na outra casa.
ZAC — De forma alguma! Não podemos nos separar. É suicidio!
MARTA — Eu não vou emprestar minhas calcinhas pra essas fedorentas! Além do mais, a Cassie não vive dois minutos sem aquele vibrador quilométrico rosa dela!
Josie sorri, de canto, e Cassie dá um tapa na perna machucada de Marta, que ri em resposta.
CASSIE — Temos que ir de qualquer forma. Preciso de algumas coisas também! Agora a questão é: quem vai?
CENA 02: RUA ELM/ EXTERIOR/ CALÇADA/ NOITE.
A rua é silenciosa. As árvores balançam bem lentamente com o vento fraquinho característico das noites.
Enquanto isso, Carter caminha pela calçada sem se importar com o deserto. O vento balança seus cabelos pretos e ele se encolhe por dentro do seu grande casaco azul bebê e branco. De barulho, há apenas o vento correndo e os seus passos.
Até que mais passos entram na trilha sonora da sua caminhada. Antes um por vez, agora dois por vez. Ele estranha, olha ao seu redor, mas não há ninguém.
Ele apressa os passos, até que finalmente chega na porta da casa dos Mariz. Carter estende as suas mãos para tocar a campainha, mas escuta passos correndo na sua direção. E, ao virar-se, é surpreendido pelo policial Frank, que o encosta na porta rapidamente, com o braço em seu pescoço.
FRANK — Fica de costas que eu vou te revistar agora, rapaz!
CARTER — Que merda é essa? Eu sou amigo da família. (T) Ai meu braço, porra. Tá me machucando!
Frank não dá a mínima e faz Carter virar de costas, prendendo sua cabeça na porta com as mãos e seguindo seu trabalho.
Até a porta é aberta, fazendo ambos se afastarem e prestarem atenção. É Zac.
ZAC — Tá tudo bem, Frank. Pode deixar ele entrar!
Frank o solta e Carter puxa seu braço com força. O policial encara Zac com receio e logo em seguida volta ao seu carro.
CORTA PARA:
Na sala, há uma discussão ocorrendo, até que todos se calam ao notar Carter ali ao lado de Zac. Marta revira os olhos, enquanto os outros ficam calados.
MARTA — O que é que o Carter está fazendo aqui? Você ainda se acha bem vindo nesta casa?
CARTER — Eu… eu vim ver como vocês estão e dizer que… que sinto muito e entendo bem pelo que vocês estão passando!
MARTA — Você não sente nada. Você quer apenas mais um pretexto pra tentar conversar comigo, isso sim!
CARTER — Claro que entendo, Marta. Perdi minha mãe quando era mais novo! – Ele a encara. – Pra você ver que o mundo não gira ao seu redor. E pra você ver também que deveria ser ao menos um pouco mais solícita, porque nesse tempo que estivemos juntos, você nunca quis saber sobre minha vida.
MARTA — E deveria?
ZAC — Se acalmem! Não é hora pra isso. Precisamos decidir quem vai à casa dos Somnie recolher pertences. (T) Para você que chegou agora Carter, nós seis somos irmãos por parte de pai!
Carter fica boquiaberto e faz menção de falar algo, mas é interrompido por Zac.
ZAC — Fica quietinho, Carter! Você até que é bonitinho calado.
Carter põe suas mãos para cima em rendição e suspira.
CARTER — Informação do ano! (T) Mas vem cá, vocês não acham que é melhor os homens irem lá buscar essas coisas, não? Eu posso ir junto!
MARTA — Ah, estava demorando pra aparecer a héteronormatividade misógina. (T) Tem que ir alguma mulher. E o Morty não se encaixa nisso, apesar de parecer muito!
Morty sorri em deboche e mostra seu dedo do meio para Marta.
JENNA — Eu concordo com a Marta, tem que ir alguma mulher. Precisamos de calcinhas!
CARTER — Ué, então vamos eu, você e o Zac. Quem vai ser o idiota que vai querer vir atrás de três ao mesmo tempo?
Zac sorri, achando graça, e pega o seu celular. Ele disca alguns números e faz uma ligação.
ZAC — Frank? É o Zac! (T) Não, está tudo bem por aqui! É que alguns de nós vamos precisar ir na casa dos Somnie pegar alguns pertences dos meninos. (T) Vai chamar o Jackson para te render? Certo!
Zac desliga e olha para todos.
ZAC — Está decidido! Iremos eu, Carter e Jenna. (T) Leva uma mala extra para os vibradores da Cassie, tá bem, Jenna?
CENA 03: RUA VIXIE/ EXTERIOR/ ESTRADA/ NOITE.
A rua segue deserta, sem pessoas passeando. Apenas carros estacionados e árvores balançando lentamente com o vento fraco.
O carro de polícia estaciona e dele saem Carter, Zac e Jenna. Frank olha para os três, apreensivo.
FRANK — Tenham cuidado, pessoal! Estamos em uma situação de risco. Qualquer coisa fora do normal, peço que gritem ou me liguem que eu vou correndo. (T) Estarei aqui fora vigiando a casa enquanto vocês pegam o que têm que pegar!
Ao finalizar, ele olha diretamente para Zac e dá uma piscadela e um sorrisinho logo em seguida. Carter percebe e fica surpreso. Zac torce o bico para o policial e assente.
Os três caminham até a porta de madeira na entrada da residência.
CORTA PARA:
O interior da casa é completamente escuro. Até que a porta se abre e por ela passa Jenna, já acendendo a luz. Logo em seguida entra Zac e Carter, prestando atenção na decoração majoritariamente em tons de madeira.
ZAC — Que casa linda, Jenna!
JENNA — Pelo menos pra isso o nojento do Victor serviu. Luxo e bom gosto são sempre bem vindos!
Zac ri, desdenhando e Carter suspira, receoso.
ZAC — Tá com medo, Carter?
CARTER — N… Não. Claro que não! Fica tranquilo que eu protejo vocês!
ZAC — E quem disse que eu sou menos homem que você? Mais fácil eu te proteger!
Carter engole em seco e fica calado, apenas observando tudo. Jenna sente um frio percorrendo sua espinha.
JENNA — Vamos logo com isso! Vocês pegam as roupas do Morty, no segundo quarto à direita, enquanto eu vou pegar as calcinhas e adereços da Cassie!
Zac e Jenna riem e Carter fica sem entender. Os três sobem as escadas, receosos.
CENA 04: CASA DOS MARIZ/ INTERIOR/ SALA/ NOITE.
O clima segue tenso. Na sala estão Loreta, Marta, Morty, Cassie, Josie e Jackson. Eles estão nervosos, principalmente Loreta.
JACKSON — Calma, Loreta! O Frank está com eles. Nada de ruim vai acontecer, fica tranquila!
LORETA — Se aquele desgraçado chegar lá, acaba com o banana do Frank no mesmo momento. Era pra você ter ido, Jackson. Não ele! (T) Ai meu Deus, maldita hora que fui tomar banho!
Josie se aproxima e coloca sua mão no ombro dela, deixando-a surpresa com o gesto de apoio.
JOSIE — Mãe, será que podemos conversar ali no quarto? (T) Por favor!
Loreta fica surpresa e olha para sua filha por alguns segundos.
CORTA PARA:
No quarto, estão Loreta e Josie. Elas estão completamente desconfortáveis. A primeira, receosa. A segunda, sem saber o que dizer. As duas se encaram e respiram pesado.
JOSIE — Eu… eu te chamei aqui, mãe… mas a verdade é que eu não sei nem o que te falar. Ou sequer por onde começar.
Loreta analisa sua filha por alguns segundos, respira fundo e acente com a cabeça.
LORETA — Você pode começar por onde você acha mais importante. Não interessa a ordem, Josie… É o que você tem a di…- Ela é interrompida.
JOSIE — Me desculpa!
Loreta fica completamente surpresa. É um choque instantâneo. Josie se emociona e derrama algumas lágrimas.
JOSIE — Me desculpa pela forma como te tratei esse tempo todo. (T) Eu… eu não fazia ideia de quem era Victor Mariz. Agora eu sei que ele era o contrário de tudo que eu admirava.
Loreta corre até sua filha, a abraça muito forte e dá um beijo na cabeça dela. Josie chora desesperadamente.
LORETA — Eu lamento tanto que as coisas tenham sido dessa forma, minha filha… (T) Sabe, você sempre foi a filha mais centrada, a mais apegada aos fatos… Você nunca quis depender de suposições!
JOSIE — Eu deveria ter acreditado em você, mãe! Eu tornei tudo difícil. Eu me sinto uma completa robô, que no alto da juventude se importa demais com o que é.
LORETA — Quando na verdade você deveria se importar com o que pode ser. (T) Não é o fim da sua vida, minha filha. Você tem muito tempo pra viver com leveza. (T) Pode parecer que não, mas eu sei o que é viver sempre em estado de alerta. E hoje eu pago o preço!
JOSIE — Eu te amo, mãe! Me desculpa, por favor. (T) Eu quero poder consertar tudo. Eu quero que você me deixe ser a filha que eu nunca fui.
LORETA — Não precisa pedir desculpas. Eu também não tornei as coisas fáceis para vocês! (T) Eu sempre vou te amar, Josie. Você e seus irmãos são as maiores preciosidades que tive na vida!
Josie soluça igual uma criança nos braços de Loreta. As duas seguem em um abraço forte e cheio de sentimentos.
CORTA PARA:
Marta está na sala junto com Cassie e Morty. O silêncio impera no cômodo desde que Jackson foi para o exterior da casa.
Cassie começa roer suas unhas, enquanto Morty balança sua perna, em claros sinais de ansiedade atacada. Marta apenas visualiza alguns posts no Instagram.
MARTA — Aê, vocês viram que a gostosa da Sabrina Carpenter vai lançar álbum novo?
MORTY — Ninguém quer saber dessa loira azeda. Todos estão atentos à volta da Olivia Rodrigo. É como se Jesus fosse voltar!
Marta faz menção de falar algo, mas de repente o telefone fixo toca bem alto e todos levam um susto que os fazem gritar em uníssono.
MARTA — Que susto do caralho! (T) Quem será que tem a coragem de ligar pra casa de alguém uma hora dessa?
Com certa dificuldade, Marta levanta e caminha até o aparelho, que não para de tocar. Ela retira do gancho e o leva diretamente até sua orelha esquerda.
MARTA — Alô?
— Olá! Eu falo com a Marta?
MARTA — Pra quem você está ligando?
— Para a Marta!
MARTA — Então é com essa cachorra que você está falando! O que você quer uma hora dessa?
— Eu quero saber onde está o Zac!
MARTA — Você ligou pra mim ou para o Zac?
— Liguei para a Josie!
MARTA — Escuta aqui, seu filho da puta! Não tem ninguém aqui que vai comer o seu rabo ou rabo da vagabunda da sua mãe. Então vai falar com algum prostituto por aí!
— Você é tão corajosa, Marta. Deve ser por isso que escapou da última vez. Você seria a final girl perfeita, caso não fosse sexualmente ativa!
Neste momento, Marta gela. Ela sente um frio em sua espinha e sua feição muda rapidamente. Ela está assustada. Cassie e Morty levantam e observam tudo atentamente. Eles questionam com a cabeça e Marta se faz de desentendida.
MARTA — Pois é, né? Você não teve competência para me matar, e muito menos para seguir as regras do seu joguinho patético. (T) Por que você não vem terminar seu serviço agora?
— Meu serviço só está começando! E o seu pedido, é uma ordem! (T) Que tal um tour pela casa?
Neste momento, a chamada é encerrada e o telefone apita por alguns segundos. Marta arregala seus olhos e olha diretamente para Cassie e Morty.
MARTA — Peguem facas, martelos e avisem ao Jackson que o assassino está prestes a agir!
CENA 05: CASA DOS SOMNIE/ INTERIOR/ COZINHA/ NOITE.
A iluminação do ambiente é meio fraca, em tons de ambar. Tudo em completo silêncio, até que Jenna chega ali, completamente despreocupada.
Ela abre a geladeira e começa a fuçar atrás de algo. Ela finalmente encontra uma garrafa de cerveja e solta um sorriso.
JENNA — Bingo!
Ela tenta abrir a garrafa com a mão, porém isso não acontece. Vai precisar de um abridor. Ela caminha até o grande armário planejado e começa a procurar gaveta por gaveta, sem sucesso.
Ela se irrita e dá alguns passos para trás, se chocando de costas com o balcão no meio do cômodo. Ela se vira, completamente assustada e se acalma quando percebe que era apenas o balcão.
Ela volta a procurar o abridor nas gavetas, até que uma voz completamente distorcida a faz parar a sua busca.
— Alexa, tocar House Tour, da Sabrina Carpenter, no Spotify!
ALEXA — Certo! Tocando House Tour, da Sabrina Carpenter, no Spotify!
De repente, a música alegre começa a tocar e ecoar pela cozinha. Jenna acha aquilo completamente estranho. Seu coração já está mais acelerado.
JENNA — Alexa, para de tocar essa porra!
Logo em seguida, a música para de tocar. A moça sorri e logo em seguida volta a procurar o abridor.
Alguns segundos depois, a mesma música volta a tocar no exato segundo em que parou. Jenna toma um susto enorme e dá um pequeno grito, que é abafado pela música.
JENNA — Alexa, eu já falei para não tocar essa merda! Zac, sua bicha maldita. Ninguém aqui quer ouvir música agora!
A música para de tocar. Ela segue procurando o abridor, até que encontra após muito custo.
Ela sorri, pega o objeto e se vira na direção do balcão novamente. A moça se prepara para abrir a garrafa e assim o faz, provocando aquele barulhinho de garrafa de vidro sendo aberta. Ela dá um longo gole e se refresca completamente com a bebida.
Após mais alguns segundos, ela dá outro gole e, enquanto bebe, escuta um barulho de metal pesado sendo arrastado no chão. Seu corpo começa a gelar completamente e ela vai abaixando a garrafa, afim de finalizar o gole. Na medida que ela abaixa e vai liberando sua visão, a porta da cozinha vai sendo aberta lentamente.
Jenna fica imóvel quando a porta é aberta completamente e lá está ele, o Encapuzado. Ele está respirando fundo, com a lâmina do machado pousada no chão e encarando a garota.
ENCAPUZADO — Alexa, tocar House Tour, da Sabrina Carpenter, no Spotify!
De repente, a música volta a tocar no volume máximo e, neste exato momento, o assassino ergue seu machado e se põe em posição de ataque. Jenna está em desespero e dá um grito extremamente alto.
CORTA PARA:
No quarto de Morty, Zac e Carter estão em completo silêncio. Apenas um barulho bem distante e abafado da música tocando no andar de baixo.
ZAC — Eu não acredito que a Jenna resolveu ouvir música uma hora dessa. E se ela precisar de ajuda? Como iremos ouvir os gritos dela?
CARTER — Vamos lá ver se está tudo bem?
Zac assente e, logo em seguida, eles escutam gritos bem distantes. Eles se encaram e correm na direção da porta, porém ela está trancada.
ZAC — Que merda! (T) JENNA!
CARTER — Vou ter que arrombar. Dá espaço aí, mano!
Zac se posiciona ao lado da porta e Carter começa a tentar arrombá-la com chutes e com o peso do seu corpo.
CORTA PARA:
No carro, Frank estranha a música alta e sai do carro, com sua mão pousada sobre o cabo da arma na sua cintura.
Ele sai do carro e ouve gritos desesperados vindo de dentro da casa. Ele corre até a porta, porém está igualmente trancada. Ele começa a chutar a porta na tentativa de arrombá-la.
CORTA PARA:
Na cozinha, o caos está completamente instalado. Jenna grita desesperadamente, enquanto tenta fugir do assassino. Ela anda de costas, enquanto o encapuzado a encara a cada passo.
Ele tenta investir um golpe de machado nela, porém a moça se esquiva.
JENNA — Me deixa em paz, seu filho da puta! Vai embora!
Ela pega alguns objetos, tipo colheres, facas, vasos e panelas, tenta acertar ele, mas sem sucesso. Em uma das tentativas, ao erguer sua mão para jogar coisas no assassino, ele consegue acertar o membro da garota com uma machadada.
Jenna dá um grito desesperado de dor e segura sua mão deformada, que está jorrando sangue por todo o chão de madeira da cozinha.
Em um ato de desespero, ela tenta ir para a porta da cozinha, porém ao se virar para correr, o carrasco acerta o machado bem na lateral da sua barriga, fazendo-a se contorcer de dor.
Jenna se ajoelha, sem forças, e segura o machucado da barriga. O assassino chuta suas costas com força, fazendo ela cair deitada. Ela se vira, ainda no chão, e o encara, desesperada.
Neste momento, a música termina e, no modo aleatório, começa a tocar Dumb & Poetic.
ENCAPUZADO — Vocês usam o Spotify Free? Com tanto dinheiro no banco?
Em um rompante, ele ergue a lâmina do machado e desfere vários golpes no rosto de Jenna, ecoando o som de CRACK das machadadas, até deixá-la completamente desfigurada. O sangue se espalha pelo chão, pelos armários, pela roupa do carrasco.
Neste momento, Carter e Zac aparecem na cozinha e flagram toda a cena. Eles gritam em uníssono, chamando a atenção do assassino.
Assim que o encapuzado se vira, eles correm com o carrasco em seu encalço. Mas antes, ele quebra a Alexa com uma machadada e a música para de tocar instantaneamente.
A perseguição continua. O assassino corre atrás deles pela sala, até chegar nas escadas. Zac e Carter sobem, até que Carter tropeça e cai. Zac o ajuda a levantar antes do assassino tentar acertar a perna do atleta, ficando o machado na madeira do degrau.
Os rapazes correm e entram em um quarto qualquer, trancando a porta logo em seguida. O assassino tenta arrombar com seu corpo, com chutes e com machadadas, até que escuta um barulho de porta arrombada vindo do andar de baixo. Ele cessa o serviço e sai dali rapidamente.
CORTA PARA:
No andar de baixo, Frank acabara de conseguir arrombar a porta. Ele está na sala, apontando sua arma para cada um dos cantos do cômodo. Tudo está revirado, os móveis fora dos lugares, objetos quebrados e uma marca de machadada na escada mais a frente. Ele pega seu rádio, levando-o na direção da sua boca.
FRANK — Jackson, mande reforços aqui para a casa dos Somnie. Ao que parece, houve uma invasão.
Ele segue andando, até que chega na cozinha. Ele novamente aponta a arma para os cantos do cômodo, até que entre o balcão de centro e os armários planejados, ele encontra o corpo de Jenna, com seus órgãos saindo pela lateral da barriga e o rosto completamente desfigurado. Há sangue por todos os lados.
Frank faz menção de vomitar, mas rapidamente se recompõe e nota a porta da cozinha aberta. Ele caminha lentamente até lá, ainda apontando a arma.
A cada passo, ele se aproxima mais da piscina. Ele engatilha a arma e se prepara para qualquer situação.
Ao passar por debaixo da sacada dos fundos, ele não nota que o assassino está lá em cima, com seu machado erguido, pronto para o bote. Então assim que Frank está em uma boa posição, ele salta dali e cai com o seu machado apontado para o meio da cabeça do policial.
Ao chocar o objeto em Frank, a força faz com que a lâmina do machado rasgue o homem de cima a baixo, partindo seu corpo em dois pedaços. Suas tripas e órgãos caem no chão e as duas metades do corpo caem para lados opostos.
Impiedoso, implacável e ágil, o assassino cai de pé como um gato, ainda segurando o machado. Ele o ergue novamente e, sem perder tempo, encara a porta da cozinha.
ENCAPUZADO — Agora é a vez do atleta e do primeiro gay da história!
CONTINUA…
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