Nostalgia
Sinalizando algo estranho
Estamos jogando para debaixo dos panos
A sensação é gostosa, é ruim, é cruel
Fazendo de tudo para desligar a mente infiel
Ela pode te trair sem nem pestanejar, você vai deixar?
É como sucumbir de vez ao mundo das lembranças
É assim quando se é criança?
Essa brincadeira é séria demais
Até então não sabemos como se faz
Até entrar como um jogador, um alienado da situação mortal e sagaz
Lutando contra os sinais, adquirindo experiências magistrais,
sem chances de voltar para trás,
correndo atrás de fazer mágicas, sem um segundo de paz
Suas poucas vivências estão marcadas nas olheiras que tanto gosta de xingar
Por cima delas há água para hidratar
São as lágrimas que você não quer chorar
É algo como um desabafo
Sua garganta está mais apertada que o gargalo da garrafa que te deixa aliviado
Engula em seco, assim sua avó diria
Faça da sua dor o fim daquela agonia enfadonha, apenas sorria
Estamos afundados em sete palmos de responsabilidades sufocantes
Jogaram em cima de nós de uma vez só, são horripilantes
É como se todos os chinelos velhos estivessem de volta
Com uma dose de sabedoria e meia de revolta
Suas bolinhas de gude estão guardadas em muitas memórias
É uma pena que não possa usá-las numa partida rápida e histórica
Seus heróis já são como frutas caídas e imperfeitas
Todos já passaram pelos lugares perfeitos que tanto relembra
Eles te ensinaram várias besteiras
Tantas que de vez em quando lembra,
e chora como crianças birrentas,
numa competição irritante e barulhenta
de quem grita mais até a garganta doer e fazer valer a pena
Agora seu dia chegou
Aproveite-o, seja o herói nacional de todos aqueles que te irritam de maneira descomunal
Ted Moreira
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